terça-feira, 24 de outubro de 2017

DEUS, O SENHOR DA HISTÓRIA

Por  Geovani Figueiredo dos Santos


Os propósitos e a vontade de e Deus podem parecer estranhos e enigmáticos aos viajantes na estrada da vida, todavia, é necessário entendermos que o Senhor sabe perfeitamente o que faz. Certa feita, o renomado físico Albert Einstein declarou: “O azar não existe, Deus não joga dados com o universo”. Essa frase pode até ter sido dita com outra finalidade, mas nós a usamos para reforçar o argumento de que não existe uma “casualidade” intrínseca nos acontecimentos, mais que cada um deles é tecido por vontades maiores, sejam estas: humanas ou divinas. Todo o acontecimento, segundo esse argumento, tem sempre uma causa primária numa ação produzida por uma vontade que está acima de outras vontades e, que, por ser determinante e diretiva, conduz o indivíduo a uma realização ou acontecimento, sem que o sujeito que sofre a ação ou diretividade se aperceba de que é apenas um instrumento utilizado para o cumprimento de um fim ou um mero peão num tabuleiro universal.



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Pode até parecer estranho ou confuso, mas existe um quê de lógica neste arrazoamento. Vejamos a história de Ciro, o grande; monarca medo-persa que viria a ser conquistador de nações e cujo império é descrito como uma das partes da estátua do sonho de Nabucodonosor e representado pelos “peitos e braços de prata” (Daniel 2.32). 

Heródoto conta uma história sobre um rei medo do século VI a.C, conhecido como Astíages, que teve um sonho perturbador com o seu neto recém-nascido que, em crescendo, usurparia o seu trono. Tomando a visão noturna como um augúrio, ordenou que o menino fosse morto, evitando dessa forma que a profecia onírica se cumprisse. Por razões surpreendentes o menino conseguiu escapar de seu malfadado destino, cresceu, e se tornou valoroso guerreiro, vindo posteriormente, cumprir o sonho do avô, derrotando-o em batalha, e fazendo-o seu prisioneiro. 

O império de Ciro se estendeu desde   a Capadócia, o Ponto, a Armênia e boa parte do atual Irã, e abrangia também o domínio sobre a tribo ária: a dos persas. Em 555 a.C, Ciro unifica as tribos arianas da região e contando com a adesão de outros povos vizinhos, ergue uma federação da qual passou a ser o comandante. Surgia aí o grande Império Medo-Persa, que viria a ser o conquistador da grande Babilônia dos Caldeus, que entrara em declínio após a morte de Nabucodonosor.

Deus preparou Ciro para ser o instrumento de juízo divino contra Babilônia. Da mesma forma como ela fez com o reino de Judá, impingindo-lhe humilhação, escravidão e derrota; assim, da mesma maneira lhe seria dado o troco. A que serviu de látego, sofreria agora o duro açoite de um novo ator levantado pelo Senhor no cenário geopolítico daquela época.  Inúmeros foram os vaticínios contra a Grande Babilônia –  a cabeça de ouro –, e os profetas de Deus foram incansáveis em proferir estes juízos bem como deixá-los registrados nos anais das Escrituras Sagradas. 

O profeta Isaias proferiu o seguinte peso, vejamos: “Peso de Babilônia, que viu Isaías, filho de Amós. Alçai uma bandeira sobre o monte elevado, levantai a voz para eles; acenai-lhes com a mão, para que entrem pelas portas dos nobres. Eu dei ordem aos meus santificados; sim, já chamei os meus poderosos para executarem a minha ira” [...] “Já se ouve a gritaria da multidão sobre os montes, como a de muito povo” [...] “Todo o que for achado será traspassado” [...] “E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos, suas casas saqueadas” [...] “Eis que eu despertarei contra ela os medos, que não farão caso da prata, nem tampouco desejarão ouro” [...] “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus,  será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou” [...] “Nunca mais será habitada”  ( Isaías 13.1-20).

Isaías usa imagens fortes e palavras duras para descrever vividamente o destino daquela que fora a senhora entre nações. A profecia revela a impetuosidade do castigo que sobreviria aos caldeus e o fim do seu grande império. Aquela que começou em glória teria um triste ocaso. Seu destino era o pó e a ruína. No capítulo 21 Isaías profetiza a vinda dos medos-persas descrevendo-os como “tufões de vento do Sul que tudo assolam” (v.1).  Mas adiante, no final do capitulo 44 o Senhor chama Ciro de “meu pastor” (v.28) e, no início capitulo 45, Deus novamente faz menção a Ciro chamando-o de “seu ungido” (v.1). 

Observe que Ciro é um rei pagão, um homem que adorava outros deuses, todavia, Deus se utiliza dele como um instrumento de juízo para julgar a nação babilônica por todos os seus crimes.  Citando a Bíblia de Referência Scofield, Champlin acrescenta:  "Esta é a única instância onde a palavra 'ungido' é aplicada a um gentio. Nabucodonosor foi chamado de 'servo' de Yahweh (ver Jr 25.9; 27.6 e 43.10). Isso, juntamente com a designação 'meu pastor' (Is 44.28), também um título messiânico, assinalou Ciro como notável exceção, um tipo gentílico de Cristo. Os pontos são: 1. ambos são irresistíveis conquistadores dos inimigos de Israel (Is 45.1; Ap 19.19-21); 2. ambos são restauradores da cidade santa (Is 44.28; Zc. 14.1-11); 3. por meio de ambos, o nome do verdadeiro Deus é glorificado (Is 45.6; I Co 15.28)”. 

Seja como for, é Deus quem controla a história e o movimento dos homens sobre a terra já está de antemão traçado. Do começo ao fim das eras é o Senhor quem determina rumo dos acontecimentos e é, ele mesmo, que definirá o rumo dos acontecimentos deste mundo até ao fim da história.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

POR AMOR A CRISTO

Por Geovani F. dos Santos



“Tenho vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do Senhor, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. E, havendo dito isso, pôs-se de joelhos e orou com todos eles” (Atos dos Apóstolos 20.35).

Esta passagem revela o verdadeiro espírito e propósito do coração do apóstolo Paulo em servir e se mostrar solidário aos santos. Depois de sair de Antioquia e passar   pelas regiões da Galácia e da Frígia, chegou a Mileto, de onde convocou os presbíteros da Igreja de Éfeso para lhes dar instruções (At 20.17-38).  De acordo com o Dicionário John Davis, Mileto localizava-se no litoral da Iônia, cerca de 66 quilômetros e meio ao sul de Éfeso, próximo aos limites da Cária. Nela havia um suntuoso templo dedicado ao deus grego Apolo e foi pátria dos filósofos Tales e, supõe-se também de Demócrito. Segundo o Comentário Bíblico Pentecostal, Paulo não foi pessoalmente a Éfeso devido à incerteza sobre a saída do navio. Preferiu esperar os líderes ali mesmo.


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Ao chegarem, Paulo expõe-lhes um discurso caloroso, uma espécie de defesa de seu apostolado e de suas condutas enquanto esteve com eles no decurso de seu trabalho missionário. O apóstolo usa a frase: “ Vós bem sabeis” (At 20.18), quando se dirige aos homens porque todos eles sabiam do denodo do seu coração em fazer a obra do Mestre e lhe eram testemunhas dos seus sacrifícios em nome do avanço do Evangelho em toda a Ásia, sobretudo, quando esteve entre eles, em Éfeso, por três anos consecutivos ensinando-os e preparando-os para o exercício do ministério afim de que pudessem sucedê-lo posteriormente.

Paulo revela que não mediu esforços para empreender o seu trabalho missionário e expõe todo o seu sentimento ao declarar que fez isso com “muita humildade e com muitas lágrimas no rosto e tentações” (At 20.19).  O intuito de tal discurso é obviamente aguçar nos corações dos líderes a percepção de que o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo é uma tarefa que exige profunda renúncia e disposição para se suportar perseguições e sofrimentos por amor a sua causa. O apóstolo coloca-se como exemplo a ser seguido e como um modelo de pertinácia em se cumprir a vontade de Deus sem se importar com as consequências advindas deste ato. Obviamente tem em mente as agruras enfrentadas em sua jornada na região e as perseguições sofridas dos judaizantes e dos pagãos que se viram prejudicados por sua proclamação e ensino das Escrituras. À medida que muitos preferiam o Evangelho às práticas ritualísticas judaicas e ao culto pagão, era inevitável que não viessem retaliações.

Um exemplo disso foi o que aconteceu na primeira viagem missionária quando entraram em uma sinagoga em Icônio (At 14.1), quando depois da exposição das Escrituras e devido a repercussão do ensino nos corações, com muitas conversões, os judeus se levantaram contra eles. Assim diz o texto sagrado: “E aconteceu que, em Icônio, entraram juntos em uma sinagoga dos judeus e falaram de tal maneira, que creu uma grande multidão, não só de judeus, mas também de gregos. Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, o ânimo dos gentios” (At 14.1,2). Estas perseguições eram recorrentes na vida do apóstolo e se tornaram para ele motivo de regozijo em Cristo. Fora chamado para sofrer por Ele (At 9.15,16). Veja uma série de outros textos que mostram os perigos que espreitavam a vida do apóstolo Paulo continuamente durante o seu trabalho missionário:


1.    Perigo de Assassinato: “ E falava ousadamente no nome de Jesus. Falava e disputava também contra os gregos, mas eles procuravam matá-lo” (At 9.29).

2.    Expulsão da cidade: “Mas os judeus incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fora dos seus limites” (At 13.50).

3.    Insultos e Apedrejamentos: “ E havendo um motim, tanto dos judeus como dos gentios com os seus principais, para os insultarem e apedrejarem” [...] “Sobrevieram uns judeus de Antioquia e de Icônio, que, tendo convencido a multidão, apedrejaram a Paulo e o arrastaram para fora da cidade, cuidando que estava morto” (At 14. 5,19).

4.    Açoites: E a multidão se levantou unida contra eles, e os magistrados, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoita-los com varas” (At 16.22) [...] “ Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites dos judeus” (2 Co 11.24).

5.    Condução aos Tribunais: “Mas, sendo Gálio procônsul da Acaia, levantaram-se os judeus concordemente contra Paulo e o levaram ao tribunal”. (At 18.12).

6.    Fúria da Multidão: “porque a multidão do povo o seguia clamando: mata-o” (At 21.36).

7.    Ameaças: “ E ouviram-no até esta palavra e levantaram a voz, dizendo: Tira da terra um tal homem, porque não convém que viva” (At 22.22).

8.    Linchamento público: “E, havendo grande dissensão, o tribuno temendo que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou descer a soldadesca, para que o tirassem do meio deles e o levassem para a fortaleza” (At 23.10).

9.    Prisões: “ Pelo que sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor, mas a palavra de Deus não está presa” (2 Tm 2.9)





domingo, 15 de outubro de 2017

VIVENDO SABIAMENTE NOSSOS DIAS

Por Geovani F. dos Santos



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Como pensar em seguir pela vida sem o amparo do Eterno? Como empreender alguma coisa sem contar com a ajuda e orientação do alto? Às vezes, ponho-me a pensar sobre o caminho do homem sobre a terra e a sua obstinação em não dar a devida glória ao Senhor em suas vidas. Como pode o homem, “nascido de mulher, de poucos dias sobre a terra e cheio de inquietações” (Jó 14.1), prosseguir em sua contumácia sem se importar de que um dia estará diante Daquele que tanto negou ou ignorou?  É no mínimo temerário esse comportamento, todavia, os homens recorrentemente repetem-no sem quaisquer escrúpulos, não se incomodando com a possibilidade de o juízo estar já às portas.

Temos assistido as projeções humanas e o que eles cogitam. Eis que tudo se baseia no fato de acharem que não serão alcançados pelos tentáculos da morte no decorrer da realização dos seus planos ou negócios. A presunção é um dos pecados fatais os quais precipitam os homens no abismo pelo fato de que em sua falsa-percepção e autoengano pareçam inatingíveis aos infensos da existência. “Não presumais sobre o dia de amanhã, porque não sabes o que produzirá o dia” (Provérbios 27.1). Paulo diz: Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. (Filipenses 4:6,7).


O que depreendemos destas palavras é que Deus deseja que vivamos cada dia de uma vez: sem sobressaltos, sem correrias, sem quaisquer preocupações com os ponteiros do relógio, ou seja, a vida deve ser vivida com intensidade, crendo unicamente e totalmente no seu cuidado e amor paternal.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

COMPREENDENDO A DIMENSÃO DAS COISAS



Por Geovani F. dos Santos



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Quando o brilho da Igreja se transmuta em trevas perde-se a
 sua verdadeira essência  apostólica
O Senhor é um Deus de eterna justiça e bondade, todavia, momento ou outro, os homens parecem ignorar o poder do seu julgamento e sua punição aos rebeldes de dura cerviz. Nos dias atuais procura-se com veemência enfatizar a ideia de um Deus de amor em detrimento de sua severidade. Por vezes, em muitos púlpitos, são pregadas mensagens afáveis de teor antropocêntrico, embasadas em textos seletos, minunciosamente escolhidos com o claro intuito de não ferir susceptibilidades alheias. Afinal de contas, o que importa é a igreja cheia e a burra de dinheiro também.

 A mensagem judiciosa que clama ao coração e a mente do pecador para que se arrependa dos seus maus caminhos deu lugar a um discurso melífluo e tendencioso de apelo emocional, cuja única finalidade é afagar e inflar egos, nada mais. O vergonhoso caminho da igreja denúncia o seu próprio caminho de engano e apostasia, uma vez que abraçou o espírito do erro, que grassa em nosso tempo irrefreavelmente, tornou-se cauterizada em sua percepção do certo e do errado. Uma constatação lamentável para aquela que deveria primar em defender a verdade apostólica.


O conselho que deve nortear a nossa conduta e caminhar nestes dias de trevas é: permanecer nas Escrituras e procurar, com discernimento, avaliar tudo o que está sendo pregado ou ensinado, para que, de modo crítico e analítico, possa-se ter a real percepção se o que está sendo ministrado é verdadeira Palavra de DEUS e não apenas circunlóquios humanos despropositados e inúteis. Sigamos o exemplo dos crentes de Bereia: “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (Atos 17:11).

terça-feira, 3 de outubro de 2017

AS IMPREVISIBILIDADES DA VIDA

Por Geovani F. dos Santos


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Vi um pequeno pássaro morto, caído ao chão. O que me causou estranheza e desconforto em mim, não foi porque estivesse morto, mas pelo fato de aquela pobre criaturinha não ter tido o tempo para experimentar toda a liberdade a que aparentemente teria direito de ter. Um outro pensamento me veio à mente. Antes de cair do teto, estava seguro no ninho de sua mãe, amparado por aconchegantes plumagens que lhe propiciavam calor e confortos maternais. Mas ei-lo, agora, ali, caído, esvaído, exânime. Um pássaro que não mais voará, não terá manhãs luzentes, não mais sentirá o frescor da brisa sob suas asas. Um ser que não gorjeará mais à semelhança de seus pares da mesma espécie em uníssono pelos ares. 

Ah! Quem me dera o poder de novamente fazê-lo viver, soprar-lhe em suas narinas vigor, fazê-lo volver do seu status mortis e catapultá-lo aos cimos para que sentisse ao menos em um átimo de tempo o frescor da vida fruir-lhe no corpo. Todavia, impotente tenho que me ater ao pensamento que ele irá se decompor e voltar a insignificância do seu pó, e não será mais. Sua substância se perderá na mistura terreal-mater a qual todos nós irrefreavelmente iremos ao final. Pois, tudo é pó e ao pó irá. Esta é, portanto, uma verdade inexorável, patente aos olhos, real. Este pássaro nos serve como metáfora para refletirmos sobre a imprevisibilidade da vida e os seus meandros traiçoeiros. Ninguém está isento de sofrer o infortúnio ou livre do mal enquanto estiver no mundo. 

Existir é por si mesmo é um grande desafio e o ato de respirar implica em arcar com as possibilidades e impossibilidades da jornada. O conselho mais sensato é, portanto, não se apegar ao mundo, porque mais cedo ou mais tarde terá que deixá-lo. “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (1 Timóteo 6:7,8).

segunda-feira, 17 de abril de 2017

OBEDIENTES, FIÉIS E ESPERANÇOSOS NA PALAVRA



Por Geovani F. dos Santos




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Os profetas falavam em nome de Deus e faziam vaticínios.
Quem não crê nas profecias bíblicas pode atribuir os acontecimentos atuais a casualidades sem importância, produto de fenômenos incontroláveis da natureza, ações humanas inconsequentes ou propositais ou a resultante de decisões erradas que geram a tragédia, as guerras e o caos perceptível no mundo.  Para estes incrédulos ou agnósticos, as razões sempre serão terrenas, explicáveis dentro de uma lógica materialista. Nunca aceitarão o embasamento espiritual, teológico, de que a anomalia reinante no planeta faz parte de um conjunto de fatos que as Escrituras já de antemão deixaram registradas em forma de predições, as quais, uma a uma vão se encaixando, como um grande quebra-cabeças, até que cheguem ao seu ápice ou cumprimento total segundo a vontade do Altíssimo.

O mundo em que vivemos é o palco onde os vaticínios foram feitos em tempos imemoriais por homens chamados por Deus para o ofício de profetas, convocados para falar às nações, reinos e monarcas, o que Deus lhes havia ordenado falar e deixar registrado para a posteridade. Portanto, tudo o que foi escrito e registrado, foi segundo o decreto de Deus permitido para que os que tivessem acessos a tais informações estivessem cientes das palavras do Senhor em qualquer tempo, e se precavessem em viver segundo a vontade de Deus afim de que não sofram os seus juízos. O apóstolo Paulo escrevendo aos crentes de Roma declara: “ Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15.4). 

Somos ensinados e advertidos pela palavra de Deus para não sermos condenados com mundo. Somos conduzidos pelas Escrituras a viver uma vida de esperança e confiança na vontade do Eterno. Em que pesem os acontecimentos da atualidade e a obtusidade de nosso tempo. Não podemos andar em desespero ou mesmo aflitos com as conjunturas globais negativas. Fomos chamados a viver por fé, portanto, não estaremos espavoridos diante de ameaças belicosas ou crises econômicas que grassem sobre as nações, porque os nossos olhos estão fitos n’Ele. “Olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra de Deus” (Hebreus 12.2).

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Mártires do Coliseu
O conselho do escritor da Carta aos Hebreus foi dirigido a uma igreja que necessitava ser corroborada na fé, tendo vista permanecerem firmes em Jesus não importando o custo de tal escolha. A carta foi escrita antes da destruição de Jerusalém pelas legiões romanas de Tito, portanto, podemos supor quão difíceis eram estes dias em que estes irmãos viveram. Solapados por todos os lados por perseguições. Sendo obrigados andar escondidos muitas vezes para não serem conduzidos à presença das autoridades e condenados à morte. Muitos destes irmãos tiveram os seus bens espoliados e serviram de espetáculo ao mundo. Contudo, foram instados por Deus através de seu Espírito Santo a perseverarem até a morte por amor a Jesus, pois amaram a sua Palavra de forma incontestável e confiaram nela de todo o coração.

A mesma fé e a mesma motivação deve ser a mesma. Não podemos nos afastar do exemplo destes amados do passado. A vida deles nos espelha a sermos como eles foram. A lhes seguir a mesma fé e determinação santa em andar com o Senhor levando sobre si mesmos o seu estigma e vitupério sem jamais se envergonharem disso. Continuam, portanto, falando a nossa geração e nos admoestando a manter a fé inabalável no Deus que fez os céus e um dia julgará este mundo por meio de Cristo.Se temos esta certeza, de que importam os rumores de conflitos e guerras que nos rodeiam. Os nossos anelos estão além, na mui eternal morada dos justos, a santa Jerusalém de Deus, que Paulo chama de “nossa mãe” (Gálatas 4.26) e a Carta aos Hebreus de “cidade do Deus vivo”  ( Hebreus 12.22). Tendo isso em mente jamais seremos abalados ou andaremos hesitantes, mas em redobrada fé permaneceremos como o salmista que disse: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; não se abalará. Deus a ajudará, já ao romper da manhã” (Salmos 46.1-5)