quinta-feira, 29 de outubro de 2015

CONHECIDOS PELO AMOR

Por Geovani Figueiredo dos Santos

 

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Se usarmos o comportamento odioso de Caim e a sua conduta abominável para com o seu irmão Abel como uma analogia metafórica da atitude de certos cristãos hodiernos no que diz respeito ao seu próximo, chegaremos a inconteste constatação de que a natureza humana continua tão imoral e pervertida, como sempre foi. Se o homem não estiver sob a Graça e, por conseguinte, completamente rendido ao senhorio de Cristo e ao seu Santo Espírito, pode ser capaz de práticas semelhantes ou, quiçá, piores do que as obras de Caim, cujo coração era mau. Westcott deixa bem claro que “a vida permite que se conheça os filhos de Deus ”, e, portanto, não se pode de modo algum ignorar que os servos de Cristo são conhecidos pelas obras que praticam e pelos frutos que produzem.

Um homem é conhecido pelo seu testemunho e, também, por uma outra característica fundamental que é o amor. O próprio apóstolo em questão declarou que ser justo é amar aos irmãos. William Barclay assevera em seu Comentario do Novo Testamento que amar “trata-se de um dever e um mandamento que jamais deveríamos pôr em dúvida. João aduzira diversas formas e razões pelas quais esse mandamento precípuo e um ponto capital no caráter cristão que não deve ser tratado com displicência por quem quer que deseje professar o nome de Cristo ou seguir as suas pisadas.  Barclay pontua estas questões, vejamos:  

(1)   É um dever que foi inculcado aos cristãos desde o momento em que ingressaram na Igreja. A ética cristã pode resumir-se com uma só palavra: amor. Desde o momento que um homem se entrega a Cristo, e formaliza sua incorporação à Igreja, empenha sua palavra de fazer do amor o móvel principal de sua vida. 

(2)   Precisamente por isso mesmo, o fato de que a pessoa ame o seu próximo constitui a evidência definitiva de que passou da morte para a vida. 

(3)   Amar significa transformar-se em homicida. Não há dúvida de que João aqui está pensando nas palavras de Jesus no Sermão da Montanha (Mateus 5:21-22). Jesus diz que a lei antiga proíbe o homicídio, mas a nova lei estabelece que a ira, o rancor e o desprezo são pecados igualmente graves. O ódio no coração deve preceder o ato externo do homicídio. Um homem que odeia é sempre um assassino em potencial. Consentir que o ódio se assente no coração implica quebrantar um claro e positivo mandamento do próprio Jesus. Portanto, o homem que ama é seguidor de Cristo, e aquele que odeia se aparta dEle. 

(4)   Mas há ainda algo mais que devemos assinalar. Qualquer pessoa pode dizer: "Admito esta obrigação de amar, e procurarei cumpri-la; mas não sei o que implica. Qual é o amor que devo mostrar e em que devo viver?" A resposta de João (1 João 3:16) é a seguinte: "Se quer saber o que é o amor, olhe a Jesus Cristo. Em sua morte na cruz por todos os homens se manifestou tudo seu amor". João quer nos dizer que uma vez que a gente viu a Cristo, sabe o que é o amor. ou em outras palavras, a vida do cristão é a imitação de Cristo. “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filip. 2:5). Ele nos deixou um exemplo, “para seguirdes os seus passos” (1 Pedro 2:21). Nenhum homem pode ver Cristo e depois dizer que não sabe o que é a vida cristã. 

O amor segundo é apresentado nas Escrituras explicita uma vida de virtudes e transparência para com o nosso semelhante. Na igreja somos chamados a dar a vida pelos nossos irmãos, o contrário, é a mais terrível contrafação da caridade divina e do ideal castiço de Cristo aos seus seguidores.

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