quarta-feira, 28 de outubro de 2009

RÉQUIEM SOB OS CÉUS





Aquele cheiro nauseante impregnava o ar
miasmas fétidos de almas mortas jazendo
pelas sendas dos caminhos
Podia ver a dor nos olhos deles e ouvir o som
fúnebre de seus corações
qual réquiem sob os céus

A noite se estendia entre sons e estrondos altissonantes
Os gritos da impiedade ressoam e os tambores cheios de sangue
guardam o tombar de outros guerreiros

Sórdida sina esta dos homens sem Deus
Todos loucos, desvairados em sádica revolta contra si mesmos
Nesta trágica cena de mórbidos lampejos
Observo silente o desfecho da refrega

Oh! Não sou daqui, sou apenas poeta
Profeta de sonhos e de liças
Num recanto de sonhos e de dores
No mundo sou apenas viajor

Não queiram persistir nesta senda
ou sereis todos de igual modo destruídos
pelos tambores do ódio e da guerra
Dos quais ferozmente já ouço os ruídos

Ante o sol pus a minha tenda
e ao brilho da lua encenei meu lidar
Qual será o último poema deste mundo
em triste cantar?

Sou apenas poeta e um aprendiz nas veredas do orbe
perseguindo a cidade celeste
Além das dores e desprazeres daqui.

domingo, 18 de outubro de 2009

O que aconteceria se o Irã obtivesse armas nucleares






Rubin, diretor do Global Research in International Affair e editor do Middle East Review of International Affairs, traçou seis possibilidades que seriam inevitáveis caso o Irã finalize seu programa nuclear - juntamente com a tecnologia de mísseis de longo alcance. Vamos a elas:


1) Com armas nucleares, o Irã tornará impossível uma proteção de interesses dos países Ocidentais no Oriente Médio. Todos os países estariam intimidados a agir de forma contrária aos desejos iranianos, já que haveria a ameaça do uso dessas armas nucleares por parte do governo de Teerã;


2) Com armas nucleares, o Irã poderá intimidar os países Árabes a rejeitarem alianças estabelecidas – ou a serem estabelecidas – com países Ocidentais. Isto significa o fim de uma possível paz entre árabes e israelenses. Os países árabes poderão ainda temer uma cooperação com os Estados Unidos na resistência da expansão do bloco Sírio-iraniano;


3) Com armas nucleares, o Irã poderá liderar uma propagação de grupos radicais islâmico e incrementar o seu recrutamento. Com centenas de milhares de muçulmanos juntando-se a tais grupos, a existência de cada regime árabe estaria comprometida; o terrorismo e a instabilidade regional aumentariam assustadoramente;


4) Um grande número de muçulmanos que vivem no Ocidente poderiam, da mesma forma, juntar-se a esses grupos radicais islâmicos. E o terrorismo poderia, mais uma vez, tornar-se uma ameaça por todo o Ocidente;


5) O preço do petróleo numa região instável tende a subir. E armas nucleares dariam mais poder ao Irã de controlá-lo, além de impor preços ainda mais altos;
6) A instabilidade política na região poderia estimular conflitos nucleares entre um ou mais países do Oriente Médio, além da possibilidade dessas armas cairem nas mãos de grupos terroristas.


Em suma, ainda que haja pouca possibilidade de que o Irã seja audaz o bastante para um ataque contra Israel com as novas armas nucleares que estarão à disposição em breve (segundo especialistas, com 7 mil centrífugas trabalhando 24 horas por dia, em até 60 o Irã já poderia produzir as primeiras armas nucleares) é importante considerar estes outros problemas de instabilidade política que poderão ser causados com o incremento do poder iraniano no Oriente Médio através de armas nucleares


Íntegra do texto (em inglês) de Rubin, aqui!




Fonte: www.diogochiuso.com

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A Bíblia da caça ao tesouro





“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20:35).


“E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só do pão viverá o homem, mas de toda a Palavra de Deus” (Lc 4:4).


Faz parte dos anais da tradição decorrente da Reforma religiosa na Europa o respeito pela autoridade e integridade das Escrituras. “Sola Scriptura” ficou como um dos poucos fundamentos indiscutíveis do movimento de restauração espiritual do Cristianismo, iniciado pelo alemão Martinho Lutero, no século XVI e depois consolidado por Calvino.


O evangelicalismo, que sucedeu historicamente ao movimento protestante ou reformado, manteve a tocha acesa deste princípio, porventura ainda com mais assertividade e compromisso do que nunca.


O pentecostalismo, que atravessou o século passado numa dinâmica de crescimento global explosivo, nunca deixou cair o cuidado pela integridade do texto bíblico, independentemente das suas interpretações. Mas o neopentecostalismo tem vindo a dar sinais de querer anular este velho princípio que norteou gerações sucessivas de cristãos em todo mundo, no último meio milénio. Como? Ao promover uma abordagem às Escrituras cada vez mais irreverente, isto é, embrulhando-a num pacote “comercial” que desvirtua a essência e a totalidade da Palavra Revelada.


Longe do abnegado espírito missionário das Sociedades Bíblicas em todo o mundo, alguns líderes neopentecostais estão a promover edições especiais do livro sagrado dos cristãos, de acordo com as suas doutrinas.
Bem sei que por enquanto são só comentários, anotações e auxiliares de leitura, mas já falta pouco para vermos o próprio texto bíblico “adaptado” às doutrinas neopentecostais, à boa maneira dos russelistas ou, quem sabe, que integrem novas revelações, como as famosas tabuinhas de ouro dos mórmons.


Assim têm surgido as bíblias disto e daquilo, para todos os gostos. Mas não me refiro a edições como a Bíblia da Mulher, Bíblia Teenager, Bíblia do Ministro, Bíblias de Estudo e outras do género, pois normalmente não são mais do que adequações da apresentação (formato, capa, tamanho de letra, destaques, mapas, tabelas, etc.) com vista a públicos definidos.


Refiro-me a uma outra coisa, que se reveste de contornos de gravidade, e que entra no campo da manipulação e do abuso da boa fé das pessoas, tendo em conta a sua ignorância. Um dos últimos exemplos disto é a Bíblia da “Batalha espiritual e vitória financeira”, recheada de comentários altamente controversos (para não dizer pior) de Morris Cerullo, cuja propaganda afirma “Creia na palavra do Profeta de Deus”. Assim mesmo. O importante já não é crer na Palavra de Deus, mas na palavra de um homem que se intitula “Profeta de Deus” (com P maiúsculo, sim!). A Palavra de Deus foi substituída pela palavra do homem!…


As pessoas são desafiadas, não a comprar uma Bíblia, mas desta forma pouco honesta, e mais própria de uma campanha publicitária de electrodomésticos: “Faça a sua oferta voluntária de 900 reais (cerca de 350 euros) e ganhe a bíblia de estudo tal”. Porquê 900 reais? Por um puro delírio numerológico (a justificação é estarmos em 2009!), que daria para rir se não fosse triste. É preciso descaramento… Afirma Pedro: “(…) nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana (…)” (1 Pd 1:20-21).


Só falta dizer que aquele exemplar da Bíblia é melhor do que um outro qualquer, adquirido numa livraria cristã, porque tem as anotações do pregador tal, e portanto será mais abençoada, mais poderosa, mais Palavra, em suma, funciona melhor.


São por demais evidentes os laivos de simonia nesta manobra (At 9:9-25). Actos dos Apóstolos conta-nos de Simão, o mágico, que ofereceu dinheiro aos apóstolos para também impor as mãos e as pessoas receberem o Espírito Santo, com a evidência das línguas estranhas.


Neste produto em particular, Cerullo chega a prometer, num dos comentários, uma “unção financeira especial”: “É hora de Deus acabar com a escravidão das dívidas e da pobreza no meio do seu povo!”, uma vez que “pobreza é escravidão”. Mas o Apóstolo Pedro diz: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (2 Pd 2:1).

Como alguém disse, por esta ordem de ideias podemos dizer que Jesus era escravo, pois “não tinha onde reclinar a cabeça” e os cristãos de Roma seriam igualmente escravos, pois viviam em catacumbas.


Sugere-se assim que, utilizando aquela edição da Bíblia e as suas orientações dadas nas notas e comentários, a pessoa alcançará vitória financeira, como que por magia. Mas nada de ensinar mordomia cristã, princípios bíblicos de gestão financeira ou uma vida de obediência e fidelidade a Deus.
Oferece-se assim este mundo e o outro em troca de 350,00 €, mas o facto é que a própria Bíblia ensina não ser Deus quem oferece o mundo em troca de adoração, mas sim o diabo (Mt 4:9).


Esta manipulação e estas negociatas com a Palavra são chocantes para quem ama e respeita a Bíblia e a reconhece como Revelação de Deus, porque configura um mercantilismo enganador e intolerável em qualquer líder cristão que se preze.


Estou convicto de que, se Jesus voltasse agora cá abaixo faria com estes “vendilhões do templo” o mesmo que fez com os outros, há dois mil anos, no átrio do Templo de Jerusalém. Corria com eles. Violentamente.


Fonte: Blog Ovelha Perdida

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

As sete maiores descobertas do século vinte



As sete maiores descobertas do século vinte, segundo Carlos Fiolhais:


1- A tectónica de placas (1915), porque Wegener nos fez perceber que habitamos um planeta que não só se move no espaço como tem superfícies que se movem. Regiões que hoje são frias já estiveram nos trópicos!


2- A teoria da relatividade geral (1916) porque constitui o triunfo do intelecto humano sobre o Universo: com Einstein ficámos a saber que a matéria e energia moldavam o espaço e o tempo.

3- A teoria do Big Bang (1927), que decorre da teoria da relatividade geral mas que tem sido confirmada pela observação, porque é consolador saber que o Universo teve uma origem: a eternidade, a existir, é só para a frente…


4- A teoria quântica (1926) de Bohr, Heisenberg, Schroedinger e outros, porque nos permitiu compreender as moléculas, o átomo e o pequeno coração do átomo, isto é, a matéria de que são feitas todas as coisas (incluindo nós próprios).


5- A estrutura do DNA (1953), decifrada por Watson e Crick, porque com ela começamos a ter acesso aos segredos mais íntimos da vida. Esse conhecimento já nos permite hoje viver mais e melhor.


6- A genética aplicada à sociedade (1964), porque Hamilton, ao explicar biologicamente comportamentos sociais como o altruísmo, prestou aquele que foi talvez a maior achega ao darwinismo depois de Darwin.


7- A decifração do genoma humano (primeiro anúncio de resultados em 2000), porque se tratou de uma bem sucedida grande colaboração internacional que promete grandes avanços na saúde. O futuro já começou!


(De Rerum Natura)


Fonte: Blog Ovelha Perdida

domingo, 4 de outubro de 2009

OS IDIOTAS ÚTEIS DO SISTEMA



Os crentes de hoje parecem conformados com toda sorte de esquisitices e baboseiras que são vociferadas de muitos púlpitos como se fossem “verdades divinas” enviadas diretamente do trono do Altíssimo. Sem qualquer preocupação sobre o teor destas “verdades”, se estas encontram ou não respaldo bíblico-teológico, cristãos assimilam os jargões de tais líderes ou pregadores disseminando tais revelações e falsos ensinos deliberadamente, contaminando assim outros com o fermento do engano e da apostasia.



Se alguém fala ou pensa diferente de tais ensinos e procura abrir os olhos dos incautos através da palavra, demonstrando o que é verdadeiro;tais indivíduos hipnotizados pelo sistema e marionetizados pela mentira e engano dos seus líderes taxam essa pessoa de reacionária ou de polemista, afastando-se da mesma, considerando-a perigosa e criadora de casos.



Podemos comparar essas pessoas insensíveis à verdade e controladas pelos ensinos enganosos dos falsos mestres da igreja atual como os verdadeiros “idiotas úteis” do sistema, tomando aqui emprestadas as palavras do maquiavélico líder russo Stalin, que usava esta expressão para os que acreditavam nas suas mentiras e disseminavam a sua ideologia comunista canhestra. Veja o que diz Fontova:






“Stalin chamava de “idiotas úteis” aos tolos que acreditavam e repetiam as mentiras sobre o sucesso do comunismo na URSS. Obviamente, esses idiotas não moravam na URSS, talvez por isso tivessem tanta facilidade em elogiá-lo”.



No que diz respeito ao mundo evangélico, o que ocorre é algo quase parecido. Neste caso, os “idiotas úteis” são as membresias das igrejas ludibriadas por farsantes e charlatães que sob o pretexto de uma falsa piedade, manipulam estas massas com o simples objetivo de se locupletarem e, desta forma se perpetuar no poder às expensas dos dízimos e ofertas dos pobres coitados e desinformados crentes que deixaram de ler as suas bíblias.



Embora o comportamento de tais líderes seja notório e as denúncias contra os mesmos flagrantes, com até mesmo representações na justiça, o que é fato inegável. Prefere-se acreditar que os mesmos são vitimas de perseguição religiosa ou ideológica. Quanta ingenuidade!



Enquanto os nossos queridos irmãozinhos não abrirem o olho contra esses mal intencionados “obreiros da injustiça”, tornando-se bereianos, tais incontinências morais e éticas serão praticadas em nome do Senhor e do Evangelho.



Quanta falta faz o conhecimento das Escrituras Sagradas! Se a bíblia fosse lida e vivida de modo prático, todos estes equívocos que vemos em nossas igrejas hoje seriam destruídos ante o escrutínio da verdade. A falta de criticidade e de análise do conteúdo pregado e ensinado na atualidade por líderes cristãos de todas as correntes do Cristianismo, tem aberto a porta para o surgimento de modismos e ventos de doutrina sem precedentes na história do evangelicalismo mundial. Tal ascensão do erro em nossos indica plenamente o que Paulo declara em II Tessalonicenses 2.7:



“Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação da sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo o engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem credito à mentira”.






Os acontecimentos de nosso tempo e todas as manifestações perceptíveis em nosso meio cristão, apontam para a realidade do cumprimento do quadro profético descrito por Paulo nos versículos acima. O retrato da insensibilidade no tocante à verdade bíblica autêntica e o abandono a passos bem largos da doutrina apostólica revelam o quanto o “mistério da iniqüidade” já está em plena operação e aumentará na medida em que se aproxima a nossa redenção.



Para alguns, ainda nos resta vociferar em tom judicioso que se arrependam do seu caminho de insensatez no que diz respeito a mentira que abraçam como verdade. Precisamos nos apiedar destes, como diz Judas:



“E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida; salvai-os arrebatando-os do fogo” (Jd 22,23).



É por esta razão que convém continuar atacando a mentira e todo o comportamento contrário à sã doutrina. Sempre tendo em mente dissuadir os que estão no erro e permitir que adotem um pensamento bibliocêntrico, desenvolvendo nos mesmos criticidade e tino espiritual para avaliar o que é certo ou errado segundo as Escrituras. Contudo, sabemos que devemos assim proceder com espírito de mansidão e amor para com os nossos irmãos que estão nas garras de lobos vorazes travestidos de ovelhas. Lembrando sempre que somente o Espírito Santo pode convencer do erro aqueles que já estão enredados por ele.



Nossa luta, portanto, embora seja uma luta espiritual, posto que é travada contra as influências do erro que tem como seu mentor e arquiteto, o próprio Diabo. Por sua vez constitui-se uma batalha no plano das idéias, do pensamento. Daí a importância de estarmos preparados com todos os argumentos bíblicos necessários, tendo em vista resgatar estas almas preciosas.



Embora o estrago na seara do mestre perpetuado pelas raposas já seja quase irreversível, uma vez que desembocará num estado de apostasia cada vez maior, que é um sintoma do fim dos tempos, e desta presente dispensação; Resta, portanto, nos mantermos impávidos, empunhando sempre a espada do Espírito até que a trombeta ressoe e o rebanho do Senhor esteja são e salvo em seu aprisco eternal.



Para terminar deixo este pensamento para a reflexão de todos os que lerem este artigo:



“O mal está feito, senhores, mas não o aumentemos cada vez mais; ainda é tempo de emendar a mão.” — José Bonifácio de Andrada e Silva



Soli Deo glória

Apresentamos-lhe Ardi, a nova mais antiga antepassada dos homens




Por Ana Gerschenfeld



Há muito, muito tempo, a região de Afar, no que é hoje a Etiópia, perto da actual aldeia de Aramis, 230 quilómetros a nordeste da capital Addis Abeba, era um autêntico paraíso. Uma paisagem de floresta esparsa, onde corriam cascatas de água doce, com zonas densamente arborizadas, mas também com grandes extensões de pradaria. Na floresta havia palmeiras, abundavam as figueiras e os lódãos. Era um mundo povoado de caracóis, mochos, papagaios e pavões – e ainda de ratos, morcegos, ouriços-cacheiros, hienas, ursos, porcos, rinocerontes, elefantes, girafas, macacos e antílopes. Também aí, entre os seus, vivia Ardi, uma fêmea de hominídeo primitivo. Pesava uns cinquenta quilos e media cerca de um metro e vinte. Vivia em grupo, criava os filhos e foi aí que morreu... há 4,4 milhões de anos.


O primeiro fragmento dos seus restos fossilizados – um molar – foi descoberto há 17 anos por Gen Suwa, da Universidade de Tóquio, e anunciado em 1994 na revista Nature. A seguir, entre 1994 e 1997, o resto do esqueleto (só parcialmente recuperado), em mau estado e muito fragilizado e disperso, com o crânio esmagado, foi minuciosamente libertado pelos paleontólogos dos sedimentos onde se encontrava prisioneiro. Mais de 125 fragmentos ósseos de Ardi foram assim postos a nu: crânio, dentes, braços, mãos, pélvis, pernas, pés. E também ossos de pelo menos mais 36 indivíduos da mesma espécie que esta fêmea de Ardipithecus ramidus, deste “símio do chão” (ardi, em Afar, significa “chão”). E ainda milhares de ossos de dezenas de animais e de plantas, que permitiram reconstituir, com um pormenor sem precedentes, o habitat de Ardi e dos seus congéneres.



A recuperação e a análise destes achados demorou 17 anos e centenas de pessoas participaram no projecto. E hoje, uma equipa multidisciplinar de 47 cientistas, oriundos de dez países, publica na revista Science nada menos do que 11 artigos descrevendo os resultados – alguns dos quais põem em causa ideias estabelecidas da história evolutiva dos grandes símios e dos homens.


Remontar às origens




A questão de saber como era o mais recente antepassado comum aos homens e aos grandes símios – e em particular aos chimpanzés, que são geneticamente os mais próximos de nós – é uma questão central da nossa história como espécie e prende-se com coisas como a origem do bipedismo, do crescimento espectacular do cérebro humano, etc. Pensa-se que esse antepassado terá vivido há seis ou mais milhões de anos – o que, diga-se já, exclui à partida a possibilidade de que os hominídeos da espécie Ardipithecus ramidus sejam esse antepassado comum, situados nessa bifurcação da árvore evolutiva dos primatas. Mas, mesmo assim, os autores do estudo concluem que Ardi deverá ter sido bastante parecida com esse misterioso antepassado comum – e com certeza mais parecida com ele do que Lucy, o célebre esqueleto fóssil de uma fêmea de Australopithecus afarensis, uma espécie de homens-símios totalmente bípedes, com um cérebro de pequenas dimensões, que viveu há 3,2 milhões de anos (mais de um milhão de anos depois de Ardi). Até ontem, Lucy, descoberta em 1974 não muito longe de donde foi agora descoberta Ardi, detinha oficialmente, com os seus congéneres, o título de mais antigo antepassado conhecido da espécie humana.


“Ardipithecus é uma forma não especializada que ainda não evoluiu muito em comparação com o Australopithecus”, diz num comunicado Tim White, da Universidade da Califórnia e um dos líderes da equipa de cientistas. “E quando olhamos para [Ardi] da cabeça aos pés, o que vemos é uma criatura-mosaico, que não é nem chimpanzé, nem humana.”




E é aí que começam as surpresas. Acontece que, até agora, os cientistas concordavam em dizer que os chimpanzés, os gorilas e os outros símios africanos modernos tinham conservado muitas das características físicas daquele último antepassado que partilharam com os humanos – ou seja, pensava-se que o antepassado em questão era muito mais parecido com um chimpanzé, ou com um gorila, do que com um homem. Por outras palavras ainda: enquanto nós tínhamos evoluído imenso desde aquela altura, tornando-nos muito diferentes daquele antepassado comum, os símios actuais tinham evoluído pouco desde então. Ardi vem precisamente pôr em causa essa concepção das coisas.


Pensava-se, por exemplo, que o antepassado comum aos homens e aos chimpanzés teria sido um ágil trepador, conseguindo pendurar-se nos ramos das árvores, baloiçar-se e saltar de árvore em árvore tal como os chimpanzés de hoje. E também que, tal como eles, caminhava apoiado nos nós dos dedos das mãos. Mas não foi nada disso que os investigadores descobriram ao examinarem Ardi. Como explica ainda o comunicado acima referido, quando se encontravam no chão, os hominídeos de Ardipithecus caminhavam erguidos, apoiados nas suas duas pernas (isto é sugerido pela anatomia dos pés). Uma outra ideia estabelecida pode, aliás, estar em causa aqui: a que supõe que o bipedismo dos hominídeos nasceu quando eles se lançaram para espaços mais abertos, para a savana e não quando ainda viviam na floresta. Os Ardipithecus eram “bípedes facultativos”, dizem os investigadores.




Um outro elemento surpreendente é que, conforme o que se pôde deduzir da morfologia dos dentes de Ardipithecus, este hominídeo tinha uma dieta diferente dos símios africanos actuais.




Por outro lado, Ardi não parece ter-se deslocado apoiando-se nos nós dos dedos das mãos (é o que indica a anatomia das mãos e dos pulsos, que não possuíam rigidez suficiente para isso). E também não parece ter passado muito tempo a baloiçar-se ou pendurada dos ramos das árvores. Pelo contrário, um dos artigos publicado na Science, dedicado às mãos de Ardi, qualifica-a mesmo de “trepadora prudente”, que subia às árvores, disso não há dúvidas, mas que se deslocava de gatas pelos ramos, ajudada pelo polegar oponível dos seus pés.



Se se confirmarem estes dados, isso significa, em particular, que os chimpanzés não são um bom modelo desse misterioso antepassado comum entre eles e nós – e que talvez um melhor modelo sejamos... nós próprios! É o que parece concluir no mesmo artigo sobre as mãos de Ardi a equipa de Owen Lovejoy, da Universidade Estadual do Ohio e também um dos principais investigadores. “Esta descoberta”, escrevem na Science, “põe um ponto final a anos de especulação sobre o decorrer da evolução humana. (...) Foram os símios africanos que evoluíram imenso desde os tempos do nosso último antepassado comum, não os humanos nem os seus antepassados hominídeos mais imediatos. As mãos dos primeiros hominídeos eram menos parecidas com as dos símios do que as nossas (....).”



Claro que nem todos os especialistas concordam com a interpretação dos achados e que alguns dos peritos interrogados por uma jornalista da Science, que acompanha a publicação dos resultados, permanecem cépticos. Mas todos acolheram com grande interesse os novos dados e acham que é agora que o debate vai começar.






quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Um Comentário



Já dizia o samista: "Diz o néscio em seu coração:não há Deus."


Tais afirmações obviamente partem, muitas vezes, de corações que algum dia tiveram algum tipo de decepção com algum sistema religioso vigente e controlador. A religião tem esse poder destruidor. Vejam o que aconteceu a Nitsche e o que dizer de Voltaire? Estes não admitiam a existência do Eterno. Nitsche morreu em terrível loucura e Voltaire, segundo a enfermeira que o acompanhou em suas últimas horas, clamando por perdão.


Embora haja tantos indícios comprobatários da existência do Criador,os homens em seu caminho de insensatez preferem passar pela vida simplesmente negando esta verdade incontestável. Ao final, como disse o salmista:"Deus se rirá deles"e, ainda: "Serão lançados no inferno todos os que se esquecem de Deus."

Estas palavras podem parecer duras, mas são pura verdade. Embora vivamos no presente sob a graça, a dispensação do amor divino, haverá o tempo em que a longanimidade de Deus terá fim. Então será tarde demais para ajustes de última hora.


Se bem que quando os homens estão no leito de morte, todos ficam fragilizados. A constatação da finitude da vida faz com que percam o amor-próprio. Caem suas máscaras, suas suposições e sua altivez.



Diante da passagem para o outro lado só se está tranquilo se a vida aqui vivida foi vivida em Deus. Caso contrário, foi perda de tempo,um correr atrás do vento. Os homens fazem tantos planos para esta vida, no entanto, esquecem-se de se preparar a para a verdadeira vida,ou seja, a vida além deste mundo.

Percebemos os homens em busca de glórias, fama, reconhecimento e outras ocupações terrenas. Todos apenas preocupados com o aqui e agora,como se fossem eternos. Mas, ao final ouvirão aquela voz do alto:"Louco!O que tem preparado para quem será?


Que possamos nós não nos deixarmos levar pelas vãs filosofias deste mundo passageiro, mas nos voltarmos para o conhecimento do alto. Aquele conhecimento que pode fazer o homem sábio para a salvação em Jesus Cristo. Sem sombra de dúvida, este é o único conhecimento que permanece. O restante é apenas poeira.



Existe uma canção que diz assim: poeira,poeira,tudo é poeira/ o único que não é poeira se chama Jesus.

Meditemos pois nestas palavras e busquemos nestes dias díficeis um lugar de descanso real nos abraços daquele que nos amou ainda antes que nós existísssemos.Nele seremos de fato sábios.



Fique na paz do Senhor Jesus. Até breve!